Denúncia de Tortura em Unidade Militar de Pirassununga Choca e Levanta Debate sobre Abusos nas Forças Armadas

Informações e imagem: São Carlos Agora, publicado por Hozana Gonçalves
O caso envolvendo a denúncia de tortura de um soldado temporário no 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Pirassununga, é extremamente grave e levanta preocupações tanto sobre o ambiente interno das Forças Armadas quanto sobre a proteção dos direitos humanos dentro de instituições militares.
A denúncia relata que o soldado, de 19 anos, foi submetido a agressões físicas e psicológicas por parte de seus colegas de farda e um cabo. Segundo o boletim de ocorrência, os agressores utilizaram pedaços de madeira, uma colher de pau industrial e até um cabo de vassoura, que teria sido quebrado na região anal da vítima. Além disso, as agressões causaram lesões graves, constatadas por exame de corpo de delito, e desencadearam um impacto psicológico significativo, levando o jovem a tentar o suicídio.
O advogado de defesa da vítima, Pablo Canhadas, destacou que o soldado está profundamente abalado e depende de acompanhamento psicológico e psiquiátrico. A denúncia inicialmente foi recebida com resistência pelo jovem, devido ao medo de represálias e de perder seu emprego, mas ele foi incentivado a registrar o caso por familiares.
O Exército Brasileiro declarou que apura os fatos por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM) e garantiu que os envolvidos serão punidos. Porém, a Polícia Civil de Pirassununga não conduzirá investigações, o que levanta questionamentos sobre a imparcialidade e abrangência das apurações feitas internamente.
A informação de que o episódio pode ter sido motivado por um “rito de passagem”, prática que supostamente busca integrar militares ou celebrar promoções, revela um contexto preocupante de violência institucionalizada. Esses “trotes” frequentemente ultrapassam limites aceitáveis, resultando em situações de abuso e tortura.
A repercussão do caso é crucial para estimular o debate público sobre práticas abusivas em instituições militares e reforçar a necessidade de proteção aos direitos dos integrantes das Forças Armadas. As consequências legais e o suporte oferecido a vítima serão um importante teste para a credibilidade das instituições envolvidas.